A principio foram visitados dois hospitais, sendo um da rede pública e outro da rede particular, porém, ambos justificaram que não teriam como nos atender, desta forma, fizemos uma pesquisa a nível de mundo, de Brasil e podemos constatar que não existe muita diferença entre estes macros ambientes, ambos, ainda estão muito longe de entenderem e tomarem para si a responsabilidade do devido tratamento dos resíduos hospitalares.
Nos estabelecimentos de assistência à saúde,
os profissionais enfrentam várias situações de risco em seu ambiente de
trabalho. Muitos desses riscos são deixados de lado sem dar a devida
importância e pouco se faz para que não se repitam. Muitas vezes os profissionais
da saúde trabalham sem a utilização de equipamentos de proteção individual
(EPI), tendo a consciência que sua profissão esta exposta a vários agentes de
riscos.
Entre eles encontram-se os riscos biológicos,
físicos, químicos, psícossociais e ergonômicos. A convivência com tais riscos
predispõe os trabalhadores a se tornarem enfermos e a sofrerem acidentes de
trabalho, quando não adotadas medidas de segurança. A enfermagem esta
constantemente exposta a riscos ocupacionais em seu cotidiano como um simples
auxílio ao paciente no banho de chuveiro, onde muitos profissionais utilizam
sacos de lixo amarrados aos pés para protegê-los, devido à ausência de EPI
apropriados.
A coleta e administração de medicamentos nos
quais transportam seringas e agulhas contaminadas com microrganismos
patogênicos pelos corredores sem proteção, para serem depositados em caixas de
descarte localizadas longe dos locais de coleta e muitas vezes com capacidade
esgotada, não sendo respeitados os limites estipulados pelo fabricante.
DESCARTE SEGREGADO E ACONDICIONAMENTO
A separação por categoria ( segregação
) se dá no local onde são gerados os resíduos devendo ser acondicionados em
recipientes próprios:
impermeáveis, no momento e local de
sua geração, a medida em que forem gerados, de acordo com a classificação e o
estado físico do resíduo:
Pérfuro-cortantes - acondicionados em recipientes
resistentes , estanques , rígidos , comtampa e identificados como resíduos
Classe A , conforme Norma ABNT NBR n º 10.004 . Sendo expressamente proibido o
esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. Tais recipientes
não devem ultrapassar 2/3 de sua capacidade.
Observações importantes sobre
pérfuro-cortantes :
As agulhas usados em quimioterapia
assim como todos os outros materiais, EPI, etc, são considerados resíduos
Classe B.
As agulhas usadas para aplicação de
radiofármacos são considerados Resíduos
Classe C.
As agulhas descartáveis devem ser
desprezadas juntamente com as seringas, sendo proibido reencapá-las ou proceder
a sua retirada manualmente. Caso seja indispensável, a sua retirada só é
permitida utilizando-se procedimento mecânico.
Grupo B (farmo-químicos) – devem ser acondicionados em saco
branco leitoso, resistente, impermeável, utilizando-se saco duplo para os
resíduos pesados e úmidos, devidamente identificado com rótulos de fundo
vermelho, desenho e contornos pretos, contendo símbolo de substância tóxica e a
inscrição de RESÍDUO TÓXICO.
Grupo D ( comum ) – Os resíduos do GRUPO D, materiais
reutilizáveis e recicláveis, devem ser acondicionados de acordo com as normas
dos serviços locais de limpeza.
SIMBOLO DO RESÍDUO
TÓXICO
SIMBOLO DO RESÍDUO
BIOLÓGICO
SIMBOLO DO RESÍDUO RADIOATIVO
COLETA E TRANSPORTE INTERNO
- Todo transporte destinado ao
acolhimento de resíduos deve possuir tampa de
preferência com mecanismo de pedal
para sua abertura.
- O funcionário deverá usar EPI ( luva,
gorro, máscara, avental e botas).
- Coletar os resíduos da fonte geradora
em intervalos regulares , de acordo com a necessidade do setor.
- Recolher os sacos coletores dos pontos
geradores sempre que 2/3 de sua
capacidade estejam completados.
- Transportar os sacos em carros
fechados , dotados de tampa . devidamente
identificados e respeitando a cor
citada para os sacos no item anterior.
- Os carros de transporte de resíduos
são de uso exclusivo.
- Na operação de retirada dos sacos
coletores de lixo deve-se tomar todo cuidado para evitar seu rompimento.
- Os sacos de lixo com resíduos de
serviços de saúde jamais deverão ser deixados em corredores, transportados em
aberto ou arrastados pelo chão.
TRATAMENTO PRELIMINAR
O
tratamento preliminar consiste na aplicação de processo, dentro do
estabelecimento gerador, que reduza a carga microbiana ou a neutralização dos
agentes nocivos à saúde humana ou ao meio ambiente, a determinados resíduos de
serviços de saúde dos GRUPOS A ou B permitindo que sejam coletados e
transportados com segurança até o local de tratamento final e/ou de sua
disposição final.
A
disponibilidade e localização de equipamento ou de Sistema de Tratamento de Resíduo
excluirá a necessidade de atendimento ao tratamento preliminar, com exceção dos
resíduos provenientes de laboratórios, de bancos de sangue e de hemocentros,
que devem, obrigatoriamente, ser submetidos ao tratamento preliminar.
Os resíduos
de fácil putrefação devem ser mantidos em refrigeração ou formolizados, caso a
sua disposição final ocorra em período superior a vinte quatro horas.
Frascos de
vacinas vazios com restos do produto ou vacinas com prazo de validade expirado,
acondicionados nos próprios recipientes originais; meios de cultura; secreções;
excreções e outros líquidos orgânicos que não contenham elemento químico ou
radioativo, quando coletados, devem ser acondicionados em sacos impermeáveis,
resistentes ao calor e autoclavados a temperatura de no mínimo 121,5ºC, durante
um período de 60 minutos.
Excluem-se
os restos de excretas, os quais devem ser lançados no esgoto sanitário.
As bolsas
de sangue, sangue e hemocomponentes devem ser acondicionados em sacos
impermeáveis, resistentes ao calor e autoclavados a temperatura de no mínimo 121,5ºC,
durante um período de 60 minutos.
ABRIGO EXTERNO DE RESÍDUOS
O
armazenamento externo, denominado de abrigo de contêineres de resíduos, destina-se
a abrigar os resíduos previamente acondicionados, de acordo com a categoria,
dentro de contêineres com tampas ou outro recipientes com tampa, ficando à disposição
da coleta e transporte externo.
O abrigo de
contêineres de resíduos deve ser construído em local afastado do corpo da
edificação e das divisas vizinhas; possuir, no mínimo, um ambiente cercado e separado
em três boxes para atender o armazenamento de resíduos do GRUPO A - Resíduos
Biológicos, GRUPO B - Resíduos Químico e GRUPO D - Resíduos Comuns, separadamente.
O abrigo deve ser identificado e restrito aos funcionários do gerenciamento de
resíduos e de fácil acesso aos carros coletores de resíduos e aos veículos
coletores e de transporte externo.
O abrigo de
contêineres de resíduos deve ser dimensionado de acordo com a geração de
resíduos e a permanência equivalente a dois dias, com cobertura de telhado,
piso e paredes revestidos de material liso, impermeável, lavável e de fácil desinfecção
e descontaminação. Deve possuir aberturas para ventilação de dimensão de, no
mínimo, 1/10 do piso e ser protegido com tela milimétrica. Deve ser provido de proteção
contra roedores e outros vetores, porta telada com sentido de abertura para fora,
de largura mínima de 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros), pontos de luz, tomada
elétrica, água e ralo sifonado com tampa que permita a sua vedação, ligado à rede
de esgoto ou fossa, caso não exista rede pública de esgoto, devendo permanecer em
completa higiene.
TRATAMENTO DE RESÍDUOS
RADIOATIVOS
Ainda não
existem processos de tratamento economicamente viáveis para o lixo radioativo.
Os processos pesquisados, envolvendo a estabilização atômica dos materiais
radioativos, ainda não podem ser utilizados em escala industrial.
• processar
volumes significativos em relação aos custos de capital e de operação do
sistema, ou seja, ser economicamente viável em termos da economia local.
Os
processos comerciais disponíveis que atendem a estas premissas são:
• Incineração: Incineradores de grelha fixa, Incineradores
de leito móvel
• Fornos rotativos
• Pirólise
• Autoclavagem
• Microondas
• Radiação ionizante
• Desativação eletrotérmica
• Tratamento químico
INCINERAÇÃO
A
incineração é um processo de queima, na presença de excesso de oxigênio, no
qual os materiais à base de carbono são decompostos, desprendendo calor e
gerando um resíduo de cinzas. Normalmente, o excesso de oxigênio empregado na incineração
é de 10 a 25% acima das necessidades de queima dos resíduos.
Em grandes
linhas, um incinerador é um equipamento composto por duas câmaras de combustão
onde, na primeira câmara, os resíduos, sólidos e líquidos, são queimados a temperatura
variando entre 800 e 1.000°C, com excesso de oxigênio, e transformados em
gases, cinzas e escória. Na segunda câmara, os gases provenientes da combustão
inicial são queimados a temperaturas da ordem de 1.200 a 1.400°C.
Os gases da
combustão secundária são rapidamente resfriados para evitar a recomposição das extensas
cadeias orgânicas tóxicas e, em seguida, tratados em lavadores, ciclones ou precipitadores
eletrostáticos, antes de serem lançados na atmosfera através de uma chaminé.
Como a
temperatura de queima dos resíduos não é suficiente para fundir e volatilizar
os metais, estes se misturam às cinzas, podendo ser separados destas e recuperados
para comercialização.
Já os
resíduos compostos apenas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio
necessitam somente de um eficiente sistema de remoção do material particulado
que é expelido juntamente com os gases da
combustão.permanência dos gases na câmara (da ordem de dois segundos), são
precisos sofisticados sistemas de tratamento para que estes possam ser lançados
na atmosfera.
Existem diversos tipos de fornos
de incineração. Os mais comuns são os de grelha fixa, de leito móvel e o
rotativo.
INCINERADORES DE GRELHA FIXA
- Nesse processo, os resíduos são lançados sobre uma grelha fixa, onde são
queimados. O ar é introduzido sobre a grelha de modo a minimizar o arraste das
cinzas. As cinzas e a escória resultantes da queima caem através dos orifícios
da grelha num cinzeiro, de onde são removidas mecanicamente ou por via úmida. Para
garantir o excesso de oxigênio necessário à completa combustão dos resíduos e
dos gases, o fluxo de ar é feito por meio de um exaustor colocado antes da
chaminé.
INCINERADORES
DE LEITO MÓVEL - São
formados por peças de ferro fundido posicionadas em degraus e ligadas a um
sistema hidráulico que proporciona ao leito um movimento de vaivém, conduzindo
o lixo desde a porta de acesso até o fosso de remoção de cinzas e escórias. O
leito de combustão é dividido em três seções, com a finalidade de secar os
resíduos e efetuar a completa queima dos
mesmos .
O ar de combustão do forno é suprido
por dois sopradores de ar, sendo um para forçar a admissão do ar por sob os
resíduos (ar sob fogo) e outro que força a introdução do ar por sobre os
resíduos (ar sobre fogo) As cinzas e escórias oriundas da queima do lixo são
descarregadas continuamente dentro de um fosso situado debaixo do forno. No fosso,
as cinzas e escórias escaldadas são removidas mecanicamente ou por via
úmida.
FORNOS
ROTATIVOS - Apesar de servirem para
destruir termicamente os resíduos
infectantes, os fornos
rotativos são mais utilizados para resíduos industriais Classe I. São
incineradores cilíndricos, com diâmetro da ordem de quatro metros e comprimento
de até quatro vezes o diâmetro, montados com uma pequena inclinação em relação
ao plano horizontal. A entrada é feita na extremidade mais elevada, pelo lado
oposto ao dos queimadores, obrigando os resíduos a se moverem lentamente para
baixo devido à rotação do cilindro. Os gases gerados passam para uma câmara
secundária de queima onde estão instalados os queimadores de líquidos e gases. O
fluxo dos gases resultantes da queima é então dirigido aos trocadores de calor
e aos equipamentos de lavagem.
PIRÓLISE
- A pirólise também é um processo de destruição térmica, como a incineração,
com a diferença de absorver calor e se processar na ausência de oxigênio. Nesse
processo, os materiais à base de carbono são decompostos em combustíveis
gasosos ou líquidos e carvão.
Existem modelos de câmara
simples, onde a temperatura gira na faixa dos 1.000°C, e de câmaras múltiplas,
com temperaturas entre 600 e 800°C na câmara primária, e entre 1.000 e 1.200°C
na câmara secundária.
Os
pirolisadores são muito utilizados no tratamento dos resíduos de serviços de
saúde, onde o poder calorífico dos resíduos mantém uma determinada temperatura
no processo.
Suas
grandes vantagens são:
• garantia
da eficiência de tratamento, quando em perfeitas condições de funcionamento;
• redução
substancial do volume de resíduos a ser disposto (cerca de 95%).
Suas
principais desvantagens são:
• custo
operacional e de manutenção elevado;
•
manutenção difícil, exigindo trabalho constante de limpeza no sistema de
alimentação de combustível auxiliar, exceto se for utilizado gás natural;
• elevado
risco de contaminação do ar, com geração de dioxinas a partir da queima de
materiais clorados existentes nos sacos de PVC e desinfetantes;
• risco de
contaminação do ar pela emissão de materiais particulados;
• elevado
custo de tratamento dos efluentes gasosos e líquidos.
Observa-se
que nem a incineração, nem a pirólise resolve integralmente o problema da destinação
dos resíduos de serviços de saúde, havendo a necessidade de se providenciar uma
disposição final adequada para as cinzas e para o lodo resultante do tratamento
dos gases.
AUTOCLAVAGEM
- Originalmente utilizado na esterilização de material
cirúrgico, este
processo foi adaptado e
desenvolvido para a esterilização de resíduos. Em linhas gerais, consiste em um
sistema de alimentação que conduz os resíduos até uma câmara estanque onde é
feito vácuo e injetado vapor d'água (entre 105 e 150°C) sob determinadas condições
de pressão.
Os
resíduos permanecem nesta câmara durante um determinado tempo até se tornarem
estéreis, havendo o descarte da água por um lado e dos resíduos pelo outro.
Esse
processo apresenta as seguintes vantagens:
•
custo operacional relativamente baixo;
•
não emite efluentes gasosos e o efluente líquido é estéril;
•
manutenção relativamente fácil e barata.
Em contrapartida, apresenta as
seguintes desvantagens:
• não há garantia de que o vapor
d'água atinja todos os pontos da massa de resíduos, salvo se houver uma
adequada trituração prévia à fase de desinfecção;
• não reduz o volume dos resíduos, a
não ser que haja trituração prévia;
• processo em batelada, não permitindo
um serviço continuado de tratamento.
MICROONDAS
- Nesse processo os
resíduos são triturados, umedecidos com vapor a 150ºC e colocados continuamente
num forno de microondas onde há um dispositivo para revolver e transportar a massa,
assegurando que todo o material receba uniformemente a radiação de microondas.
As vantagens desse processo são:
• ausência de emissão de efluentes de
qualquer natureza;
• processo contínuo.
As principais desvantagens são
representadas pelos seguintes
aspectos:
• custo operacional relativamente
alto;
• redução do volume de resíduos a ser
aterrado obtida somente
na trituração.
RADIAÇÃO
IONIZANTE - Nesse
processo, os resíduos, na sua forma natural são expostos à ação de raios gama
gerados por uma fonte enriquecida de cobalto
60 que torna inativo os
microorganismos.
Esse processo apresenta as seguintes
desvantagens em relação aos processos anteriores:
• eficiência de tratamento
questionável, uma vez que há possibilidades de nem toda a massa de resíduos
ficar exposta aos raios eletromagnéticos;
• necessidade de se dispor
adequadamente a fonte exaurida de cobalto 60 (radioativa).
Suas vantagens referem-se à ausência
de emissão de efluentes de qualquer natureza, assim como pelo fato de ser um
processo contínuo.
DESATIVAÇÃO
ELETROTÉRMICA - Este
processo consiste numa dupla trituração prévia ao tratamento, seguida pela
exposição da massa triturada a um campo elétrico de alta potência gerado por
ondas eletromagnéticas de baixa freqüência, atingindo uma temperatura final
entre 95 e 98°C.
Neste processo não há a emissão de
efluentes líquidos, nem gasosos, e a redução de volume só é obtida pelo sistema
de trituração.
As vantagens e desvantagens deste
processo são as mesmas do processo de microondas, agravadas pela dificuldade de
manutenção do equipamento e ausência de redução do volume, a não ser que se
instale um sistema de trituração posterior ao
tratamento.
TRATAMENTO
QUÍMICO - Neste
processo os resíduos são triturados e logo após
mergulhados numa solução desinfetante
que pode ser hipoclorito de sódio, dióxido de cloro ou gás formaldeído. A massa
de resíduos permanece nesta solução por alguns minutos e o tratamento ocorre
por contato direto. Antes de serem dispostos no contêiner de saída, os resíduos
passam por um sistema de secagem, gerando um efluente líquido nocivo ao meio
ambiente que necessita ser neutralizado.
As vantagens deste processo são a
economia operacional e de manutenção, assim como a eficiência do tratamento dos
resíduos.
E as desvantagens são a necessidade de
neutralizar os efluentes líquidos e a não-redução do volume do lixo, a não ser
por meio de trituração feita à parte.
Muito obrigado me ajudou muito na minha pesquisa
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